sábado, 21 de março de 2009

Ontem, fui fazer a inspecção ao carro dos meus pais e encontrei este curioso poema do Torga, que, nem a propósito, mas numa dimensão humana...

Coimbra, 15 de Outubro de 1987

Inspecção
Meu corpo, meu versátil senhorio,
Ora a estuar de vida, ora doente
Meu corpo, meu dilema permanente,
Minha baça incerteza.
Meu corpo, pobre e única riqueza
Que levarei comigo
Quando partir.
Meu corpo, meu supremo desengano,
E meu gosto carnal de me sentir
Humano.